Comerciários do Rio de Janeiro foram às urnas para eleger nova diretoria
Eleição, organizada por Comissão nomeada pela Justiça, foi acompanhada pelo MPT-RJ, autor da ação que resultou no afastamento de dirigentes e intervenção no sindicato
Os trabalhadores do comércio no Rio de Janeiro (RJ) foram às urnas, nesta quarta-feira (17/6), para eleger a nova diretoria que vai comandar o sindicato da categoria pelos próximos cinco anos, com o desafio de dar novos rumos à entidade em benefício dos trabalhadores. No total de 1.064 votos, 877 foram para a Chapa 1 "A Hora da Mudança", 44 para a Chapa 2 "Projeto Mudar com Honestidade e Responsabilidade", e 143 para a Chapa 3 "Oposição Trabalho e Ética". Nulos e brancos totalizaram 20 votos. Os membros da Chapa 1 foram, portanto, eleitos para compor a nova diretoria do Sindicato no quinquênio 2015-2020. A Comissão Eleitoral abriu prazo de dois dias para apresentação de recursos das chapas derrotadas.
Investigação do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) revelou que o Sindicado de Empregados do Comércio do Rio de Janeiro (SEC-RJ) ficou por cerca de 40 anos sob a administração da família Mata Roma, que mantinha salários superiores a R$ 50 mil para a diretoria e gerou um rombo de R$ 100 milhões nas contas da entidade, entre 2009 e 2014, conforme apontou auditoria. A pedido do MPT-RJ, no final do ano passado, a Justiça trabalhista afastou os dirigentes e nomeou um interventor para administrar a entidade até a realização de novas eleições. Além disso, designou uma Comissão Eleitoral para organizar o pleito. Nesta quarta-feira (17/6), os comerciários compareceram aos locais de votação para decidir, entre as três chapas concorrentes, qual vai administrar a entidade. Foram disponibilizadas 28 urnas – duas fixas, sendo uma na sede do sindicato no centro da cidade, e outra em Miguel Pereira, além de 26 itinerantes. Ao todo, 2.000 comerciários, que se sindicalizaram até 12 de maio e estão em dia com a mensalidade, estavam aptos a votar.
Todo o processo eleitoral foi acompanhado por uma equipe de sete pessoas, entre procuradores e servidores do MPT-RJ. “Todas as centrais sindicais foram convidadas a participar desde o início do processo, que está sendo conduzido por Comissão Eleitoral nomeada pela Justiça, que não tem nenhum vínculo com o interventor. O MPT está acompanhando todo o processo e também estará presente na apuração para garantir que o pleito seja concluído”, declarou o procurador do trabalho no Rio de Janeiro João Carlos Teixeira, autor da ação civil pública e responsável pelo inquérito que apontou as irregularidades no sindicato.
Das cinco chapas inscritas, duas tiveram a candidatura indeferida pela Comissão Eleitoral, por não cumprirem os requisitos exigidos pelo edital. Entre os requisitos para a candidatura estava atuação mínima de seis meses na categoria. Após o prazo para os recursos, o resultado deverá ainda ser homologado pelo juiz.
Após o recebimento de denúncias, o MPT-RJ ajuizou ação civil pública na Justiça trabalhista requerendo liminar, com auxílio de força policial, para determinar o afastamento da diretoria e do conselho fiscal, assim como a inelegibilidade dos dirigentes para o pleito que seria realizado no fim de 2014. A Justiça acolheu a liminar e decretou o bloqueio das contas do sindicato, a disponibilidade dos bens móveis e imóveis e o lacre das salas para impedir o vazamento de informações, além de proibir a entrada dos dirigentes afastados na entidade. No mérito, que ainda será apreciado pelo juiz, o MPT-RJ pede que os réus sejam condenados por lesão ao patrimônio moral e material do SEC-RJ, se tornem inelegíveis e paguem danos morais coletivos de R$ 2 milhões, pelos prejuízos causados à sociedade.
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*Atualizada às 15h36 de 18/6/2015