Formatura do curso “Trabalhadora Somos” celebra jornada de aprendizado e empoderamento
Em um clima de grande emoção, o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) sediou, na última sexta-feira (13/12), a formatura do curso “Trabalhadora Somos”. A solenidade contou com a presença de 15 alunas e suas famílias, além de professores e dos idealizadores da iniciativa.
Promovida pelo MPT-RJ, em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro (CIEE-Rio) e o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Município do Rio de Janeiro (STDRJ), a iniciativa tem como objetivo promover a formação social, cultural e profissional das participantes, com foco no fortalecimento de suas identidades e habilidades.
A mesa de abertura foi composta pela vice-procuradora-chefe do MPT-RJ, Isabela Maul, e pela procuradora Elisiane Santos. Representando o Sindicato, participaram da cerimônia a presidenta Maria Izabel Monteiro Lourenço, que conduziu o evento, a tesoureira Josefa Faustino Marques e Carli Maria dos Santos. Pelo CIEE-Rio, estiveram presentes o superintendente Luiz Gustavo Coppola, a gerente de Assistência Social, Filantropia e Qualificação, Tatiana Monteiro, a analista de projetos Viviane Monteiro e a professora e assistente social Amanda Telles.
Em sua fala, a procuradora Elisiane destacou o impacto positivo do projeto: “Espero que essa formação tenha trazido para além de conhecimento, sobre coisas do trabalho, sobre coisas do mundo, mas que tenha trazido principalmente o conhecimento sobre a gente mesmo. Sobre a nossa história, porque conhecer a nossa história é entender como nós chegamos aonde estamos. É caminhar com as próprias pernas sem deixar alguém determinar o nosso presente, o nosso futuro. É ser protagonista da nossa história. É não silenciar diante de uma violação de direitos. É acreditar que sim, podemos. Trabalhadoras somos e juntas a nossa força muda o mundo.”
Durante a cerimônia, uma das alunas, a sra. Maria de Lourdes de Jesus emocionou os presentes ao recitar um poema de sua autoria dedicado à sua mãe e inspirado nas atividades realizadas durante o curso:
“(...) Fomos na casa do Nando, porque a doutora nos levou, para conhecermos de perto lembranças do tempo que não parou. Eu vi no rosto das coleguinhas olhares de muita emoção. Provei a comidinha temperadinha. Ainda trago comigo o tempero saboroso do feijão. A assistente social nos mostrou um vídeo com prazer e simpatia de como viviam as mulheres do agreste no vídeo “Vida Maria”. Conheci uma grande casa que guarda relíquias de um povo que lutou e venceu. Onde guarda os nomes dos pretos famosos. Hoje é um grande museu. Tivemos um grande professor que nos ensinou a arte da tecnologia da informação. Espero que se recorde daquele dia de muitas brigas. Vou lhe contar um fato, o que eu vi no teatro as cenas de sofrimento e dor. Vidas de vidas pelas raparigas. Agora trabalhadoras e temos muito que dividir. Boa noite mainha! Durma bem. Eu também já vou me dormir.”
O projeto alcançou ao todo 20 mulheres, todas trabalhadoras domésticas, que participaram de uma formação integral ao longo de sete sábados. Os encontros abordaram conteúdos como desenvolvimento pessoal, relações humanas, história do trabalho, inclusão digital e oficinas culturais. Além das aulas, as alunas receberam mentoria individual e ajuda de custo mensal.
“Foi uma jornada muito importante, não apenas de habilidades profissionais, mas principalmente humanas, onde compartilhamos histórias de vida, de trabalho, numa caminhada que consolidou apoio, parceria e esforço coletivo.”, comemorou o presidenta do Sindicato, Maria Izabel Monteiro.
As entidades buscam contribuir para uma melhor inserção no mercado de trabalho e consciência sobre direitos, pelo fortalecimento das identidades individuais e coletivas das participantes, além de habilidades profissionais.