MPT-RJ sedia abertura do IV Encontro Estadual da Juventude Quilombola

Atividade foi promovida pela ACQUILERJ e contou com a presença de diversas autoridades

Na última sexta-feira (01/12), o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) sediou a abertura do IV Encontro Estadual da Juventude Quilombola. Promovido pela Associação das Comunidades Remanescente de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj), o evento encheu o auditório do edifício anexo do MPT-RJ de jovens e reuniu lideranças quilombolas e autoridades para tratar de estratégias de atuação na defesa de direitos das comunidades quilombolas.

A mesa de abertura do encontro teve a participação da procuradora do MPT-RJ e integrante do Grupo de Trabalho Povos Originários, Comunidades Tradicionais e Periféricas do MPT, Daniela Mendes; da presidente da Acquilerj, Bia Nunes; da líder da Juventude Quilombola, Rafa Quilombola; da juíza e integrante do subcomitê Igualdade Racial do TRT/RJ, Bárbara Ferrito; da defensora pública e integrante do Núcleo contra a Desigualdade Racial da DPE, Daniela Silva; e do coordenador do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no Rio de Janeiro, Victor Tinoco.

A procuradora Daniela Mendes iniciou as falas do evento expressando a honra e a alegria do MPT em sediar a abertura do encontro e destacou a importância da valorização do trabalho: “Nós somos servidores públicos, trabalhamos para o público e a nossa função é garantir que todos os brasileiros e brasileiras tenham trabalho digno. Para nós e para a constituição brasileira, trabalho não é mercadoria, trabalho tem valor. A gente quer garantir a dignidade no trabalho e a dignidade pelo trabalho. A questão quilombola é nacional e de todos nós”.

Rafa Quilombola convocou os jovens a participarem ativamente das pautas relacionadas às comunidades: “A Acquilerj, apesar de ser uma instituição muito respeitada, precisa de cada um de vocês para operar dentro do seu próprio território. Vocês são os guardiões, vocês são aqueles que fazem com que os nossos mais velhos continuem acreditando que vai ter um futuro brilhante para a comunidade”.

A presidente da Acquilerj, Bia Nunes, ressaltou que o objetivo do encontro é construir o Plano Estadual da Juventude Quilombola e que os jovens devem ser os protagonistas da iniciativa. Agradeceu também pelo apoio das instituições envolvidas na realização do evento: “Sem essa parceria a gente não consegue desenvolver e não consegue chegar onde nós esperamos chegar. A gente precisa dessas parcerias, então, mais uma vez, gratidão por estarem conosco.”

Em seguida, a mesa de debate com o tema “Juventude Quilombola e Trabalho Digno” contou com a participação da procuradora do MPT-RJ, Elisiane Santos; do Secretário Nacional da Juventude, Ronald Luiz dos Santos; da deputada estadual e presidente da comissão de Ciência e Tecnologia, Elika Takimoto; e do advogado, professor, ativista e quilombola da comunidade caveira, Wagner Muniz.

Em sua fala, a procuradora Elisiane destacou a importância da resistência quilombola enquanto classe trabalhadora: “Os quilombolas são os nossos primeiros trabalhadores que lutaram por liberdade, que é a luta por trabalho livre, por trabalho digno. E essa representação de trabalhadores, de classe trabalhadora, é uma representação invisibilizada. Algo que é colocado como se a história do trabalho no Brasil começasse a partir do movimento da classe operária, de um movimento de trabalhadores imigrantes, no qual já estavam nossos antepassados aqui, trabalhando naquela condição desumana e perversa. A resistência quilombola é uma resistência de luta de trabalhadores e de trabalhadoras e de classe trabalhadora. Então é muito simbólico nós estarmos hoje no Ministério Público do Trabalho”.

O Secretário Nacional da Juventude, Ronald Luiz dos Santos, falou sobre o Estatuto da Juventude como uma conquista fundamental para a população jovem quilombola: “Ele busca lidar especificamente com os direitos da população quilombola, dos povos de terreiros, povos de comunidades tradicionais, população indigina, com especificidade. Compreendendo que, diante desse mosaico gigante que existe das dezenas, centenas, milhares de juventudes brasileiras, existe a especificidade da juventude quilombola”.

Os jovens presentes também contribuíram compartilhando suas perspectivas e experiências pessoais. Ao final do encontro, o Quilombo da Marambaia realizou uma apresentação artística e cultural da dança jongo.

Também estiveram presentes no encontro a gerente geral da União das Associações e Cooperativas de Pequenos Produtores Rurais do Estado do Rio de Janeiro (Unacoop-RJ), Margarete Teixeira; a assessora de Advocacy do Projeto Ação Integrada, Ludmila Paiva; e a defensora Karine Terra.

O Encontro continuou com oficinas e atividades de formação da juventude na UERJ nos dias 02 e 03/12 e as demandas apresentadas serão levadas aos órgãos governamentais e instituições do sistema de Justiça.

Acesse todas as fotos do Encontro aqui (crédito: Ascom/MPT-RJ).

O evento foi gravado e está disponível no canal MPT-RJ, no Youtube.

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