Projeto leva comunicação acessível a comunidades da Rocinha e do Caju
Jovens de 14 a 29 anos se tornarão agentes de promoção da acessibilidade em suas comunidades
As comunidades da Rocinha e do Caju vão receber neste mês o projeto da Escola de Gente que forma jovens de 14 a 29 anos, com ou sem deficiência, em oficinas de comunicação acessível. O objetivo é que esses jovens possam conhecer e conviver com as formas inclusivas de comunicação e aplicar o conhecimento dentro de suas comunidades, garantindo que todos tenham direito de acesso a todo tipo de informação. Cerca de 60 jovens serão capacitados nas duas turmas.
O projeto conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), que contribui ministrando conteúdos relativos ao mercado de trabalho. A Escola de Gente é uma das entidades cadastradas no MPT-RJ para receber recursos oriundos de multas ou indenizações trabalhistas, destinados pelos procuradores em Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) ou ações civis públicas.
“A Escola de gente busca fazer com que todas as pessoas tenham acesso a informações e participem de processos de cidadania, do mercado de trabalho, de cultura, lazer e política”, afirma a assistente de projetos da Escola de Gente, Margarita Ieong. Ela ressalta, ainda, que os alunos do curso podem ajudar no processo de inclusão em suas comunidades. “Esses jovens poderão conhecer e conviver com os diferentes tipos de acessibilidade como comunicação em libras, audiodescrição, material em braile em formato digital e terão uma experiência única de como deveria ser feita a comunicação para todas as pessoas”, explica.
Mais de 100 jovens já foram formados Agentes de Promoção da Acessibilidade pela Escola de Gente. Em sua terceira edição, o curso, que tem carga horária de 45 horas, oferece oficinas inclusivas de teatro acessível, audiodescrição, livro falado, análise de mídias e libras, com certificado de conclusão. As aulas serão realizadas a partir do dia 15 de março na Biblioteca Parque da Rocinha e, a partir de 21 de março na Vila Olímpica do Complexo do Caju.
Na oficina de Análises de Mídias, a procuradora regional do MPT-RJ Lisyane Motta ministrará aulas que vão abordar a desigualdade no mercado de trabalho e formas de combatê-la. Além disso, vai apresentar casos concretos investigados pelo Ministério Público do Trabalho.
Inscrições - Os jovens dessas comunidades que tiverem interesse em participar têm até amanhã (11/3) para se inscreverem para aulas na Rocinha e até o dia 18 para as aulas no Caju, através do e-mail mieong@escoladegente.org.br ou diretamente nos locais onde acontecerão os cursos. Há 30 vagas para cada turma e, em caso de inscrições excedentes, será feita lista de espera para novas turmas.
Margarita também destacou os benefícios que o projeto pode trazer para a vida profissional dos alunos. “A formação básica que o curso dá para esses jovens em comunicação acessível é um diferencial em seus futuros currículos. Esse conhecimento é um despertar para que alunos que tenham interesse possam se especializar mais e buscarem novas formas de comunicação acessível”, conclui.
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