Audiência pública sobre escravidão negra será nesta sexta-feira em Petrópolis
Esse é o terceiro debate promovido pela Comissão no Estado, com o objetivo de apurar a prática desse crime e responsabilizar os beneficiados com o regime de exploração
A Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil promove, nesta sexta-feira (31/7), às 19h, em Petrópolis, uma audiência pública para ouvir cidadãos, autoridades e entidades da sociedade civil sobre a exploração de negros ocorrida na região. A intenção é reunir na cidade representantes dos outros municípios serranos, em mais uma etapa de conversas sobre os crimes da escravidão no estado, colhendo dados para o relatório. A audiência será na Câmara de Vereadores de Petrópolis e qualquer pessoa interessada pode participar.
Para o procurador do trabalho Wilson Prudente, que é membro relator do grupo, essa audiência em Petrópolis é de fundamental importância na coleta de informações, visto que é a localidade onde estava instalado o imperador, uma das autoridades responsáveis pela exploração dos negros no país. “O Império foi apresentado na História como um Estado de aparência democrática, mas que, na verdade, adotou um estado de exceção em relação aos escravos, colocando-os em situação de paridade aos presos políticos”, explica Prudente. Para ele, o Estado brasileiro, assim como o português, deve ser responsabilizado por esse crime.
Essa é a terceira audiência pública promovida pela Comissão no Rio de Janeiro. Outras duas já foram realizadas, uma em Cabo Frio - com a presença de 12 comunidades quilombolas e mais de 100 pessoas de toda a Região dos Lagos - e outra em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Essa última reuniu cerca de 150 pessoas. “Nesta terceira audiência vamos conversar com representantes de Petrópolis, Nova Friburgo, Teresópolis e Guapimirim", explica o presidente do grupo, que também comanda a Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ, Marcelo Dias.
A Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil pretende levantar a história e a memória dos 350 anos de cativeiro e assim responsabilizar os beneficiados com o regime de exploração, em busca de uma forma de reparação aos que ainda hoje sofrem as consequências do período.
O trabalho do grupo consiste na realização de audiências públicas em todo o Rio de Janeiro, visitas a terreiros e comunidades quilombolas, além de contato com as universidades. Ao final, será produzido um relatório completo do que foi esse período no Brasil. O levantamento servirá de referência para pesquisas na área e subsídio para o desenvolvimento de políticas públicas.
Serviço
3ª Audiência Pública da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil
Data: sexta-feira (31/7)
Horário: 19h
Local: Câmara de Vereadores de Petrópolis (Praça Rui Barbosa, 89, Centro)
Ascom MPT-RJ
(21) 3212-2121
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